quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2010 me avisou!

Pois é 2009, você me prometeu ser muito melhor que 2008, e foi. Agora, 2010 veio me visitar e disse que tudo que amarguei ao seu lado certamente não amargarei com ele.
Obrigada por tê-lo me apresentado. Espero que não fique com ciúmes, afinal esse é um dos sentimentos mais medíocres de nós, né?!
Bem vindo, novo amigo!

Ando devagar - Almir Sater

Ando devagar porque já tive pressa,
E levo esse sorriso, porque já chorei demais,
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei, ou
Nada sei, conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs.
É preciso amor pra puder pulsar, é preciso paz
Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir.

Penso que cumprir a vida, seja simplesmente
Compreender a marcha, ir tocando em frente,
Como um velho boiadeiro, levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu vou,
Estrada eu sou, conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maças,
É preciso amor pra puder pussar, é preciso paz
Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia, todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora,
Cada um de nos compõe a sua história, cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz, e ser feliz,
conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maças,
É preciso amor pra puder pussar, é preciso paz
Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa,
E levo esse sorriso, porque já chorei de mais,
Cada um de nos compõe a sua história, cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz, e ser feliz

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Liberdade...

Liberdade]... "...Sem ela, a bem dizer, não há solução definitiva. Logo compreendi isso. Antigamente, só tinha liberdade na boca. No café da manhã, eu a passava nas minhas torradas, mastigava-a durante todo o dia, levava ao mundo um hálito deliciosamente refrescado pela liberdade. Eu atirava essa palavra-mestra a quem quer que me contradissesse, tinha-a colocado a serviço dos meus desejos e do meu poder. Murmurava-a na cama, ao ouvido adormecido das minhas companheiras, e era com a sua ajuda que eu me descatava delas. Eu a deixa escorregar...Oh!, eu me excito e perco a noçao de dimensão. Afinal, aconteceu de eu fazer da liberdade um uso mais desinteressado e até mesmo, avalie a minha ingenuidade, defendê-la duas ou três vezes, sem chegar, é bem verdade, a morrer por ela, mas correndo alguns riscos. É preciso me perdorar essas imprudências; eu não sabia o que estava fazendo. Não sabia que a liberdade não é uma recompensa, nem uma condecoração que comemora com champanha. Nem, aliás, um presente, uma caixa de chocolates de dar água na boca. Oh, não, é um encargo, pelo contrário, e uma corrida de fundo bem solitária, bem extenuante. Nada de champanha, nada de amigos que ergam a taça, olhando-nos com ternura. Sozinhos numa sala sombria, sozinhos no banco dos réus, perante os juízes, e sozinhos para decidir, perante nós mesmos ou perante o julgamento dos outros. No final de toda liberdade, há uma sentença; eis por que a liberdade é pesada demais, sobretudo quando se sofre de febre, ou nos sentimos mal, ou não amamos ninguém." Albert Camus, A Queda.




domingo, 13 de dezembro de 2009

Espelhos



Belo Botânico, inspirador de grandes artitas, com seus belos espelhos e ninfas; lugar onde as dores se despejam e os olhares florescem como as belas espécies de plantas que lá residem e resolvem nos presentear na primevera com belo show de luzes e cores.
Talvez esta não tenha sido a mais bela impressão que tive do lago principal do botânico, porém faz parte de um trabalho que gostaria de desenvolver no presente momento. A foto é algo de um passado que presente fica em memória, e somente neste momento presente lhe carrego de sentido.
O sentido não poderia ser o mesmo de dois anos atrás quando presenciei tal espetáculo, porém com algumas informações a respeito de arte (graças as aulas do Brolezzi) essa foto imprime outras sensibilidades.
Me transfere, de maneira muito humilde (claro) aos quadros do Sr. Monet. Este dedicava-se a registrar não o objeto, mas as impressões retidas; dos espetáculos de luzes e cores; do mundo novo; da literatura de jornal; do tempo presente.
Surge então uma questão: será que há verdade no que vemos? Ou, o que existe são nossas verdades particulares e viciadas?
Pode ser que ao enxergarmos algo, não o enxerguemos em sua totalidade, apenas vemos uma fração da história. Entre nossos olhos e os objetos há fumaça, poeira, luz, sombra e tantas outras cores que nossas retinas não conseguem absorver, por sermos limitados.
Sim, somos limitados e vemos apenas aquilo que queremos. De preferência algo muito rápido, impressões efêmeras de um mundo que não pára um instante e não nos permite passar muito a contemplar ao redor.
Iluminados ficam apenas os pequenos detalhes do menos obscuro, do mesmo, de nossas vontades e conhecimento, todo o resto nos causa medo e repulsa.
Repudiar o estranho não é algo que se admita assim, com facilidade...claro, o orgulho é nosso sobrenome, uma vez que o medo é primeiro, aquele que se apresenta mesmo de maneira tímida, já que o sobrenome é o mais importante. Oras, ele é a herança de nosso tempo, de nosso familiares, reflete de onde partimos e define nosso estado presente.
Admito hoje com menos orgulho meu medo e com mais otimismo minha corvardia. Talvez sejam as versões que vejo no espelho.
No espelho vejo apenas a sombra de algo que não é. Desencano das olheiras, mas percebo as marcas que expressam cada vez mais o que me preocupa, e mesmo os olhares dispensados a outros.
Vejo que algo poderia ser mudado, mas cansa. Cansa pensar e tentar...
Carrego, como objeto de sorte, a mais bela certeza que não serei a única neste mundão a ver que não se vê tudo, e mais: não perdemos quando encaramos apenas uma parte do todo, muito pelo contrário, tornamos menos complexo, afinal todo momento pode ser sentido nos espassados e parcos instantes da vida.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Violas de Bronze


Dia 27/11, bela sexta, chuvosa e caótica paulistana, me despenquei até o belo auditório ibirapuera para ter o prazer em ser invadida pela bela arte. Sim, acredito que arte, grosso modo, seja tudo que consiga lhe tomar de emoção e naquele instante o remeta ao que atribui a expressão, seja plástica, musical e tantas outras manifestações, a intenção do autor, ou mesmo a um momento de seu passado-presente.
Siba e Roberto Corrêa, com seu fantástico trabalho, "Violas de Bronze", conseguiram, mais uma vez, marejar meus olhos. Digo mais uma vez porque tantas outras já fizeram desde que tive contato com o trabalho. Um som leve feito brisa do mar, que move os cabelos, foi assim que senti a música, porém a brisa moveu os véus do coração. A poeira sacudiu e sai de lá mais feliz.
Se pudesse aquele auditório estaria apinhado de gente...mas estava, concorrido, e as belas emoções pairando...
ahh, é isso aí! rs...poderei dizer mais o que? Nada! Afinal, não é todo dia que saímos de um show tomados pela emoção e felizes por saber que há tantas pessoas no mundo acreditando na beleza da existência humana, como eles em seus versos e arranjos de cordas.

Quem quiser conhecer um pouco mais: